"Impenitentes…"

cetaps.description.printingNameJ. Lobo d'Avila
cetaps.publisher.cityLisboa
cetaps.researcherMarques, Gonçalo
cetaps.source.placeBiblioteca Nacional de Portugal
cetaps.textImpenitentes… Não ha hoje creatura medianamente instruida que desconheça a alta felonia do primeiro imperador do Brazil com a Mãe Patria, gritando nos campos de Ipiranga “Independencia ou morte !” Tambem duvidas não devia haver sobre a entrada do soidisant exercito liberal no Porto, depois do desembarque na Praia dos Ladrões, chrismada com a lealdade que sempre serviu a causa liberal, pela sua aproximação, em Praia do Mindello. Quem compunha o assoldadado exercito, dil-o-ha, com raras excepções, o cadastro londrino das immundas tabernas da City. Mas isto, embora sediço, vem a pêlo por causa da noticia d'um dos mais conceituados jornaes portuenses, "O Commercio do Porto". O chronista, no dia 9 de Julho, publica sobre a epigraphe: O 9 de Julho Data memoravel para o Porto "Passa hoje o anniversario da entrada do exercito libertador no Porto, em 9 de julho de 1834. Data memoravel é esta, porque representa um dos feitos mais notaveis que contribuiram para a implantação das liberdades publicas em Portugal. Era outr’ora celebrada festivamente esta data, no Porto, e com justissima razão. Não se comprehende porque motivo ella esteja esquecida das entidades officiaes e passe sem a mais ligeira commemoração. Acaso a noção de liberdade é hoje mais fraca do que o tiveram e professaram os heroes de 1834? Certamente, não é. No Porto, pelo menos, a data de 9 de julho não deveria passar despercebida aos olhos do povo. Ella deve ser das mais queridas e é, sem duvida, das mais honrosas para a população portuense. Pela nossa parte, não passará sem a commemoração e sem o preito devido aos bravos batalhadores pela liberdade em Portugal" Insania, ignorancia, ronha ou quê? Pois não data de perto de 34 o nosso incaracteristico viver, com figurinos francezes e uma divida a inchar cada vez mais? Não vem d'ali assoprada a mentira do suffragio popular? Não foi então engendrado um hecterogenico parlamento, bulhento, palreiro e balôfo? Devemos-lhe algum progresso material, estradas, pontes e comboios, o primeiro dos quaes foi mandado estudar por El-Rei Dom Miguel I. Mas preguntamos: os impostos draconianos lançados sobre tudo e todos não deviam cobrir essas despezas? A exploração dos bens da Egreja partilhados por amigos, não dariam um saldo favoravel a cobrir todos os gastos? Meu Deus, para que perseverar na mentira ?! O «Commercio do Porto» honrava-se, deixando as malvas do esquecimento cobrir a lembrança do infando dia 9 de julho de 1832! Mario de Sampaio
dc.contributor.authorSampaio, Mário de
dc.date.accessioned2024-11-18T11:27:37Z
dc.date.available2024-11-18T11:27:37Z
dc.date.issued1925-08-08
dc.description.abstractComentário político em torno de uma notícia publicada pelo jornal O Comércio do Porto (1854-2005), que comemorava e enfatizava a importância do desembarque das tropas liberais na praia do Mindelo, em Julho de 1832, que levou à derrota miguelista em 1834. Ao desenvolver os seus argumentos, o autor mostra-se crítico das políticas liberais implementadas que, na sua opinião, não se mostraram favoráveis ao bom funcionamento do país, denotando ainda que o exército liberal seria composto por ingleses cadastrados e mal afamados, algo que se depreende pela expressão “o cadastro londrino das immundas tabernas da City”.
dc.format.extent28
dc.identifier.citationAnónimo. “Impenitentes… .” A Tradição, 08 de Agosto de 1925, p. 28.
dc.identifier.urihttps://cetapsrepository.letras.up.pt/id/cetaps/130454
dc.language.isopt
dc.publisherTipografia da Gazeta dos Caminhos de Ferro
dc.relation.ispartofA Tradição
dc.relation.ispartofvolume4
dc.rightshttp://purl.org/coar/access_right/c_14cb
dc.subjectPolítica
dc.subjectMonarquia
dc.subjectLiberalismo
dc.subjectAbsolutismo
dc.title"Impenitentes…"
dc.typeArticle

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