"afirmações"
cetaps.description.printingName | ATLANTIDA | |
cetaps.publisher.city | Coimbra | |
cetaps.researcher | Marques, Gonçalo | |
cetaps.source.place | Biblioteca Nacional de Portugal | |
cetaps.source.place | Biblioteca Geral Digital da Universidade de Coimbra | |
cetaps.text | afirmações Presença quere manter-se alheia a qualquer credo político, religioso, ou moral, aceitando nas suas colunas colaboradores de qualquer credo político, religioso, e moral. Todas as insinuações, sugestões, reflexões, afirmações, ou opiniões de carácter político, religioso, ou moral, acidentais ou essenciais em qualquer trecho publicado na presença, são da pura responsabilidade de quem os assina. E sob nenhum dêsses pontos de vista qualquer colaboração será julgada digna ou indigna da presença. QUAISQUER críticas de arte ou opiniões de carácter estético - serão igualmente da responsabilidade de seus autores. Colaborando na presença, os seus directores estão perante ela no pé de qualquer colaborador: Os seus juízos, opiniões, ou reflexões - poderão, pois, ser contraditados nas próprias colunas da presença. É perfeitamente natural que entre vários colaboradores da presença haja pontos de contacto. Mas qualquer sua corrente que aos olhos do público apareça como predominante - só é predominante aos olhos da presença por uma maioria de colaboradores a representar. Eм questões de arte ou pensamento, - presença não reconhece chefes, nem legisladores, nem ditadores. Se entre os seus colaboradores algum apareça em quem a fôrça de temperamento, a capacidade afirmativa ou construtiva e as tendências autoritárias denunciem uma predestinação de ditador, - presença não julga, por isso, dever eliminá-lo de seu colaborador. Mas o que nêle lhe interessa é o homem como homem, o pensador como pensador, o artista como artista. Aceita nêle uma personalidade poderosa, em o sendo, - mas fica indiferente aos ditames do ditador. PELO facto de não reconhecer mestres segundo o sistema do magister dixit..., - presença não deixa de dar o título de Mestres àqueles cujo exemplo de Grandeza deveria ser imitado. Mas sabe que êsse exemplo de Grandeza é inimitável: Pois quem tem a sua grandeza tê-la há, e nunca a terá quem a não tem. TENDO directores, é evidente que a revista presença é dirigida. Os directores da presença não abdicam da sua faculdade de julgar o que merece ou não merece ser nela publicado. E entre os próprios colaboradores da presença, podem entender que há maiores e menores. É evidente que, para os directores da presença, o «Hamlet» de Shakespeare é superior à «Ceia dos Cardiais» de Júlio Dantas. Os que (sob não sabemos que pretexto e em razão não sabemos de que interêsses) pretenderiam que a presença abdicasse de todo e qualquer juízo - parecem-nos simplesmente ridículos. Além de que também êles julgam o «Hamlet» superior à «Ceia dos Cardiais». Ou então.. são indivíduos que só leram a «Ceia dos Cardiais». Presença não crê na eficácia das escolas, aceitando-as meramente como factos históricos. Isto... quando o sejam. Recusa-se, pois, a fazer do modernismo escola. Perante quaisquer correntes contemporâneas, - e independentemente das opiniões dos seus colaboradores - mantem-se numa atitude de espectativa, simpatia e liberdade. Tudo o que é vivo lhe interessa vivamente, pertença a que época pertença. A respeito de grupos, presença propõe à meditação dos seus leitores estas palavras de Jean Cocteau: Il n'y a pas de groupes esthétiques. Il y a des individus contagieux. Mais comme le groupement est une force, il faut former un groupe amical, un groupe individualiste. Presença quereria que todos os seus colaboradores fôssem igualmente contagiosos e igualmente não-contagiados. Se, porém, assim não acontece, presença compreende as realidades, mas não julga dever tomar a responsabilidade delas. Presença continuará a desfazer quaisquer equívocos tecidos à sua volta. Isto é: tentará desfazê-los. Mas sabe que a compreensão da sua atitude é tanto mais difícil a certos espíritos quanto mais simples fôr essa mesma atitude. A franqueza provoca sempre a desconfiança dos que lhe não estão afeitos. E a desconfiança é o maior impedimento à compreensão seja do que fôr. | |
dc.contributor.author | Anónimo | |
dc.date.accessioned | 2024-12-06T15:05:44Z | |
dc.date.available | 2024-12-06T15:05:44Z | |
dc.date.issued | 1930-08 | |
dc.description.abstract | Conjunto de afirmações sucintas sobre o conteúdo e gestão da revista Presença, que, na tentativa de justificar as suas escolhas, reconhece a superioridade literária da obra de William Shakespeare (1564-1616), nomeadamente de Hamlet (1623). | |
dc.format.extent | 15 | |
dc.identifier.citation | Anónimo. “afirmações.” Presença: Fôlha de Arte e Crítica, Agosto e Outubro de 1930, p. 15. | |
dc.identifier.uri | https://cetapsrepository.letras.up.pt/id/cetaps/130592 | |
dc.language.iso | pt | |
dc.publisher | João Gaspar Simões | |
dc.publisher | José Maria dos Reis Pereira [José Régio] | |
dc.relation.ispartof | Presença: Fôlha de Arte e Crítica | |
dc.relation.ispartofvolume | 28 | |
dc.rights | http://purl.org/coar/access_right/c_14cb | |
dc.subject | Teatro | |
dc.title | "afirmações" | |
dc.type | Article |
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