"A república e as mulheres"

cetaps.description.printingNameTipografia Torres
cetaps.publisher.cityLisboa
cetaps.researcherMarques, Gonçalo
cetaps.source.placeBiblioteca Nacional de Portugal
cetaps.source.placePortal Revistas de Ideias e Cultura (RIC)
cetaps.textA REPÚBLICA E AS MULHERES Um amigo da Seara Nova, rapaz novo e entusiasta, escreve-nos, fazendo esta afirmação: «A República será uma forma de govêrno inferior à monarquia, emquanto às mulheres não fôr permitido ascenderem aos mais altos cargos do regime.» E acrescenta: «Não acha V. que seria interessante que a S[e]ara Nova abrisse um inquérito àcêrca da opinião dos seus leitores sôbre a interferência que as mulheres devem ter nos negócios públicos?» Não faremos êsse inquérito em forma, porque duvidamos muito do interêsse que possa despertar, mas, se algumas opiniões quizerem manifestar-se, publicá-las hemos, pelo menos um resumo dos seus pontos de vista essenciais. É curioso, porventura, transcrever aqui, dum artigo da ilustre directora da Europe Nouvelle, M.me L. Weiss, os seguintes apontamentos do n.º de 21 de Março dêste ano: «... As mulheres votam: na Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Finlândia, Grã-Bretanha, Alemanha, Áustria, Hungria, Tchecoslovaquia, Polónia, Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Rússia, Crimêa, Estónia, Lituânia, Letónia, Ukrânia, Estados Unidos, algumas províncias da China, Austrália, Canadá, Nova-Zelândia, Rodésia, Transvaal, na própria Índia. Na Roménia obtiveram a elegibilidade municipal. Na Itália e na Espanha, os governos apresentaram projectos de lei concedendo o voto municipal a numerosas categorias de mulheres. Há mulheres deputados nos parlamentos inglês, sueco, dinamarquês, finlandês, holandês e belga. Na Alemanha, cêrca de trinta mulheres foram eleitas ao Reichstag, em 1924; na Áustria, há oito mulheres no parlamento; na Hungria, uma; na Tchecoslováquia, treze; na Polónia, oito.» Em Portugal, o voto concedido à mulher, acolhido talvez com indiferença pela grande maioria da população, poderia pesar na balança política a favor dos monárquicos, por algumas centenas ou milhares de damas snobs. Não seria caso para atemorizar a República. Cercada de garantias, a concessão do voto poderia ter uma influência benéfica nos assuntos e medidas de aperfeiçoamento social, higiene, puericultura, etc. Mas estará preparada para isso a mulher portuguesa? Crêmos bem que não. Todos os caminhos nos trazem, assim, ao problema inicial da educação. - C. R.
dc.contributor.authorReis, Luís da Câmara
dc.date.accessioned2025-03-26T08:21:01Z
dc.date.available2025-03-26T08:21:01Z
dc.date.issued1925-09-01
dc.description.abstractApontamento político que alude ao voto feminino, uma lacuna na república portuguesa. Segundo o artigo transcrito, as mulheres haviam votado em vários países, incluindo na Grã-Bretanha, e já haveria mulheres a exercerem cargos de deputadas no parlamento inglês, demonstrando os avanços da participação política no feminino, para os quais Portugal não contribuiu. O autor faz uso do anglicismo "snobs".
dc.format.extent68
dc.identifier.citationReis, Luís da Câmara. “A república e as mulheres.” Seara Nova: Revista de Doutrina e Crítica, 1 de Setembro de 1925, p. 68.
dc.identifier.urihttps://cetapsrepository.letras.up.pt/id/cetaps/130838
dc.language.isopt
dc.publisherEmpresa de Publicidade «Seara Nova»
dc.relation.ispartofSeara Nova: Revista de Doutrina e Crítica
dc.relation.ispartofvolume52
dc.rightshttp://purl.org/coar/access_right/c_14cb
dc.subjectPolítica
dc.subjectAnglicismos
dc.title"A república e as mulheres"
dc.typeArticle
person.birthDate1885
person.deathDate1961

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