Portugal in 1828
dc.contributor.author | Young, William | |
dc.contributor.editor | Henry Colburn | |
dc.date.accessioned | 2/29/24 7:45 | |
dc.date.available | 2/29/24 7:45 | |
dc.date.issued | 1828 | |
dc.description.abstract | Obra na qual o autor conjuga uma aventura pessoal com considerações gerais sobre a situação portuguesa na época, escrita no ano de 1828. É um exemplo de um texto literário que funciona também como documento histórico. | |
dc.description.author | CONCLUSÃO do AUTOR O autor diz que, apesar de o leitor achar que a sua narrativa dá provas suficientes sobre a conduta atroz do usurpador do trono, que mostra o carácter de alguns daqueles que o rodeiam e que estão prontos a executar qualquer das suas ordens sanguinárias (desde que satisfaçam a sua malícia nas pobres vítimas, sem compremeter a sua segurança pessoal), ele apenas se referiu a metade dos actos vergonhosos na administração interna portuguesa que chegaram ao seu conhecimento. O horror e terror que se encontram presentes na relação do Clero, dos juízes inferiores e do povo é tal, que o facto de o autor ser inglês já é suficiente para o marcar como objecto de vingança. O autor é de opinião que qualquer britânico residente em Portugal será sujeito ao mesmo tipo de tratamento infâme de que ele foi vítima, se D. Miguel não for afastado do trono no prazo de seis meses, toda a Europa devia lutar contra D. Miguel como se lutasse contra uma peste. O autor ainda agradece àqueles que o ajudaram a resolver o seu problema: "James Robert Matthews, Esq., British Consul-General at Lisbon; the gentlemen forming the Committe of underwriters at Lloyd's; the Earl of Aberdeen; His Majesty's Secretary of State for Foreign Affairs". Para demonstrar o respeito que aqueles que compõem o governo português têm perante qualquer coisa que se assemelhe a um mandato do governo britânico, conta que a nota dirigida ao governo português por Lord Aberdeen resolveu logo as dificuldades que foram levantadas à libertação do autor e à sua escolta até ao barco que o deveria levar de Lisboa. No barco, e antes de deixar Lisboa, ainda escreveu um protesto dirigido a James Matthews, Cônsul Geral de Sua Majestade Britânica em Lisboa. Como inglês livre e inocente, protesta contra as sentenças que lhe foram aplicadas e a obrigação que teve de assinar, comprometendo-se a deixar o país e a não voltar mais, a ele, ou aos seus domínios. Protesta também contra todos os prejuízos que lhe foram causados, bem como aqueles que recaíram sobre a sua família e propriedade. Termina apelando para a justiça do seu país natal. Como não se encontrava nenhum barco de guerra no Tejo, quando o autor foi libertado, ele teve de ir para um paquete inglês que lá se encontrava: "Magnet". E como este só partia alguns dias mais tarde e não era local seguro contra os inimigos do autor, o comandante de um barco de guerra francês que se encontrava no rio ofereceu-lhe protecção e alojamento. William Young termina a sua narrativa, relatando o regresso ao seu país e a recepção simpática que aí teve, o que contrastou com o tratamento, que ele considera infame, recebido da parte dos servos de D. Miguel. Sentiu-se feliz por se encontrar finalmente numa terra de liberdade. | |
dc.description.author | Esq. H. P. British Service | |
dc.description.informations | INTRODUÇÃO Na introdução, o autor explica que em Portugal foi objecto de perseguição e maus tratos só por ser inglês, e, como tal, suspeito de se opôr à situação de "escravidão mental e política" que se vivia no nosso país e que o Clero deseja perpetuar. Diz que, para tornar a sua narrativa mais compreensível para o leitor inglês, mostrará em linhas gerais o poder despótico e tirânico que o Clero detém sobre o povo português. Acrescenta ter vivido em Portugal nos últimos vinte anos, de modo que se acha em condições de falar sobre o carácter e os costumes dos portugueses de uma forma mais correcta do que os próprios que são dominados pela religião. Faz uma crítica séria ao Clero, comentando, por exemplo, que os seus elementos, na maioria, são indivíduos ignorantes, cheios de vícios e essencialmente maus e que violam as leis morais e religiosas. O Clero apenas pensa em si e no engrandecimento do seu poder. Para isso, serve-se da tirania praticada sob a autoridade de D. Miguel. O autor termina esta primeira parte da sua obra afirmando o que pretende conseguir demonstrar com a sua narrativa: "I feel myself therefore, fully warranted in concluding that the depravaty, the intrigues, and the treachery of the Portuguese Clergy, have been the immediate sources of the late disgraceful subversion of the Constitution and of the elevation of Dom Miguel to the seat of royalty." APÊNDICE * p. 343 O autor apresenta e comenta algumas notícias que apareceram na imprensa inglesa e que já tinham sido publicadas em jornais de Lisboa. E, como conclusão, pretende acrescentar mais alguns dados sobre a actualidade portuguesa. Diz que a tirania exercida em Portugal em nome de D. Miguel tem de chegar ao fim rapidamente. Isto, de acordo com aquilo que conhece dos portugueses. Refere ainda a necessidade de uma "contra revolução". O autor compara a situação portuguesa com o que aconteceu em França no século XVII (as carnificinas de S. Bartolomeu) e com o que aconteceu em Espanha, no reinado de Filipe II, quando as prisões da Inquisição ficaram cheias. Também "these pious brethen of the Holy Inquisition in Portugal, are preparing an AUTO DE FE, at a distant day, for the city of Lisbon." O autor apela ao governo britânico, em nome da justiça, para libertar "the more worthy part of the Portuguese people from the accumulated honours which await them", uma vez que a Grã-Bretanha é o velho aliado de Portugal, o defensor desse país contra Bonaparte e o suporte da Carta Constitucional da causa de D. Pedro. O leitor é ainda chamado à atenção para o facto de que os portugueses têm sido vistos de um modo negativo pelo público inglês, que os vê como traidores da causa da liberdade. E o autor diz que as tropas portuguesas são das mais fiéis e corajosas da Europa. Mas há que considerar os espiões e os traidores, instrumentos da Inquisição e dos Jesuítas, que levaram à perda da liberdade. No entanto, a Inglaterra, "the pole star of the world, the envy of nations" não deve abandonar o seu mais antigo aliado, na hora em que ele mais necessita de ajuda. E William Young termina o seu texto dizendo: "I implore the Portuguese people to rouse from their lethargy! I invoke them by the shade of them immortal Camoens, to shake off the horrid incubus of priestcraft, which, under the sacred name of religion, saps the vitals of society, and grinds them to the dust! I beseech them to rally round the Constitutional standard, and hurl the "cobra di capello" of the Inquisition from his seat. Lastly, I exhort, with fervency, the Portuguese nation to be true to itself, true to the cause of liberty, and she must ultimately triumph!". CONCLUSÕES "Portugal in 1828" revela-se uma leitura interessante, onde o dramatismo se alia a um certo ritmo ao texto. Nele se conjuga uma aventura pessoal com considerações gerais sobre a situação portuguesa na época. Este é um exemplo de um texto literário que funciona também como documento histórico. A publicação parece ter tido na altura muita importância, uma vez que o que era divulgado sobre Portugal pela imprensa era insuficiente e algumas vezes pouco fiel à própria realidade. Este texto, porém, é fruto das experiências pessoais de uma testemunha ocular. Podemos também incluir a obra na "Literatura de Viagens", onde encontramos a visão do objectivo através do sujeito: William Young assistiu a uma série de acontecimentos que não viu com total imparcialidade, visto que foi até vítima desses mesmos acontecimentos. O autor pretende ser objectivo e, dentro dessa perspectiva, parece saber distinguir os aspectos negativos dos positivos em relação aos portugueses e às situações. | |
dc.description.tableofcontents | Introduction (p. 1); Narrative (p. 11). * Chap. I: Residence at Leiria: State of society in that City (ib.); * Chap. II: Influence of the Priests over the Magistrates - First Constitutional Charter, 1820 (p. 19); * Chap. III: Don Miguel's Proclamation in 1824. Charge of innocent Individuals with being Freemasons (p. 26); * Chap. IV: Superstition of the lower Classes among the Portuguese (p. 35); * Chap. V: Arrival of Don Pedro's Constitutional Charter from the Brazils, in 1826 (p. 41); * Chap. VI: Arrival of Don Miguel in Lisbon, and his Reception by the Clergy and Corporate Chambers throughout the Kingdom (p. 14); * Chap. VII: State Prisoners in Portugal; Intrigues of the Priests, and Proclamation of Don Miguel I by the Rabble of Lisbon (p. 49); * Chap. VIII: Journey from Lisbon to Leiria; Arrest and Imprisonment in the Gaol of that City (p. 59); * Chap. IX: Arrival of the Royalist Troops at Leiria; Brutal Treatment I received in the Goal of that Town (p. 70); * Chap. X: Infamous Conduct of the Portuguese Magistrates, Clergy, and Rabble, under the Sanction of Don Miguel (p. 79); * Chap. XI: Insolence and Hypocrisy of the Priests; Examination before the Provincial Judge (p. 82); * Chap. XII: Preparation for my removal to Lisbon; Brutality of the Miguelites (p. 91); * Chap. XIII: Departure for Lisbon under Escort, and Arrival at the Castle of St. George (p. 97); * Chap. XIV: Prison in St. George's Castle, Lisbon (p. 103); * Chap. XV: Management and Condition of Prisons in Portugal; Procession of Corpus Christi, with the Governor St. George (p. 110); * Chap. XVI: Horrors of Portuguese Imprisonment (p. 119); * Chap. XVII: Levy of Troops by Don Miguel, Character of the Royalist Troops (p. 126); * Chap. XVIII: Departure of the English Squadron from the Tagus; its Effects in Consolidating the Usurpation of Don Miguel (p. 134); * Chap. XIX: Protection of Murderers by the Corruption of Magistrates, and Cruelties practiced on innocent Men (p. 141); * Chap. XX: Imprisonment producing Madness; Groundless Charges for Imprisonment; Transportation of Prisoners without Trial (p. 154); * Chap. XXI: Base Treachery of Don Miguel to the Garrison of Almeida (p. 166); * Chap. XXII: Ferocity of the Priests and their Tool the old Queen; and Revengeful Character of Miguel (p. 173); * Chap. XXIII: Festival of St. Peter; Suspicion of the Miguelite Faction (p. 183); * Chap. XXIV: Convict Physicians; Cruel Treatment of the lusane Prisoners (p. 190); * Chap. XXV: Quintino, an Officer in the Suite of Don Miguel, St. George's Castle (p. 196); * Chap. XXVI: Murderers taking Sanctuary; Atrocious Conduct of the Clergy (p. 219); * Chap. XXVII: Portuguese Law Proceedings, and Mockery of Justice (p. 218); The Trial (p. 227); Conclusion (p. 332); Protest (p. 336); Appendix (p. 343). | |
dc.format.extent | 352 p. | |
dc.identifier | H.G. 22520 V. | |
dc.identifier.other | 44 | |
dc.identifier.other | A | |
dc.identifier.uri | http://id.bnportugal.gov.pt/bib/catbnp/1033790 | |
dc.identifier.uri | https://archive.org/details/portugalincompr00youngoog/page/n7/mode/1up | |
dc.identifier.uri | https://cetapsrepository.letras.up.pt/id/cetaps/113907 | |
dc.language.iso | eng | |
dc.publisher.address | New Burlington-Street | |
dc.publisher.city | Londres | |
dc.publisher.country | Inglaterra | |
dc.rights | metadata only access | |
dc.source.place | B.N. | |
dc.subject | Literatura de viagem | |
dc.title | Portugal in 1828 | |
dc.title.subtitle | Comprising sketches of the state of private society, and of religion in that Kingdom, under Don Miguel. With a narrative of the Author's residence there, and of his persecution and confinement as a state prisoner | |
dc.type | book | |
dspace.entity.type | Publication | |
person.familyName | Young | |
person.givenName | William | |
relation.isAuthorOfPublication | 1a79fe7d-a717-4408-8069-0dfad7389fb1 | |
relation.isAuthorOfPublication.latestForDiscovery | 1a79fe7d-a717-4408-8069-0dfad7389fb1 |